As intenções da gigante norte-americana são avançadas pelo “Wall Street Journal”, que cita um email interno enviado pelo director de recursos humanos a todos os funcionários. Num tom elogioso e motivador, Eric Schmidt diz à equipa que quer que ela se “sinta recompensada pelo seu trabalho” e que “o futuro da empresa passa por pagar salários competitivos” e apostar em ter os melhores profissionais.
Na origem da política de remunerações para 2011 está, segundo o WSJ, uma acesa guerra de talentos entre a gigante de telecomunicações e o Facebook, para quem a Google já perdeu cerca de 10% dos seus trabalhadores mais experientes.
A atenção aos recursos humanos é de tal ordem que a empresa já estará a socorrer-se de modelos matemáticos para testar quais os trabalhadores que têm maior probabilidade de sair. Em Wall Street, a notícia espalhou receios de uma quebra nos lucros e consequentemente no retorno para os accionistas até porque, segundo analistas citados pelo WSJ, o maior motor de busca a empresa já não tem o mesmo potencial que o Facebook oferece.
2,4% de impostos
Notícias recentemente divulgadas em Espanha e no Reino Unido revelam que o maior motor de busca do mundo praticamente não paga impostos sobre os seus lucros obtidos fora dos EUA.
No espaço de três anos, e através de engenhosos esquemas de planeamento fiscal que envolvem numerosas sociedades na Irlanda, Holanda e outros “offshores”, conseguiu reduzir a mínimos a sua factura fiscal, que rondava os 3,1 mil milhões de dólares (cerca de 2,2 mil milhões de euros), para uma taxa de tributação efectiva de 2,4%.

Em plena guerra de talentos com o Facebook, o maior motor de busca do mundo oferece generosos aumentos para segurar os trabalhadores. Definitivamente a crise não é para todos. No próximo ano haverá pelo menos 23 mil trabalhadores da Google em todo o mundo que vão receber um aumento salarial de 10%. Mas não só: verão parte dos seus bónus e remunerações complementares passarem para o salário base. O segredo da generosidade chama-se Facebook.